Categoria: Resolution

2022

Eu queria que já tivessem inventado uma janela em que você olha pra você quando criança. Desta forma, poderia mostrar pro pequeno Rafinha que tudo o que ele sonhou lá atrás, está acontecendo da melhor forma possível. Tenho certeza de que ele ficaria animado, posso dizer que até eufórico, sabendo que tudo o que ele plantou com tanto esforço, está finalmente dando frutos aqui no futuro.

Quem poderia dizer que, tempos atrás, esse rapaz usava um moicano amarelo na cabeça?

Dois mil e vinte e dois começou como todos os anos: caótico. Muitos projetos, muitas ideias, dezenas de novos compromissos e promessas que quebramos ano após ano. A única diferença é que, neste ano, assim como 2021, eu decidi que a minha energia deveria ser depositada somente no meu trabalho. Segui no plano que desenvolvi lá em 2020.

Uma transição de carreira arriscada, que me tiraria da zona de conforto e me traria mais uma dúzia de preocupações. Porém, tudo estava no papel e eu estava tranquilo em relação à isso. Até que chegou a oportunidade.

O plano era simples: Dar tudo o que eu tinha e trabalhar em cima de um possível feedback que eu teria após o processo seletivo. O tiro saiu pela culatra, ou não, e eu acabei sendo selecionado pra vaga que eu havia planejado assumir em cinco anos.

Aqui foi a virada de chave do ano e eu acabei sendo engolido pelo trabalho em todos os aspectos possíveis. Foram meses de desespero e incerteza, questionando minhas próprias capacidades e, muitas vezes, querendo desistir de tudo para voltar pro lugar que a gente tanto gosta: a zona de conforto.

Há quem diga que os crescimentos pessoal e profissional somente ocorrem no desconforto. Uma frase que ouvi bastante na minha formação militar é: Somente a dor gera compreensão, e consequentemente evolução. Frase que era erroneamente utilizada na hora de punir. Hoje entendo que a “dor” não necessariamente é física.

Saindo do assunto do trabalho, consegui visitar minha mãe com certa frequência. Visitei minha avó que eu não via desde 2015, meu pai e meus irmãos. Concluí mais um semestre de uma graduação que iniciei para a minha transição de carreira que já aconteceu, faltam só mais dois.

A Gabriela continua me aguentando depois de dois anos. Acho que já está na hora de avançarmos nesse relacionamento. Talvez eu deixe ela trazer mais algumas coisas aqui pra casa. 😛

No geral não tenho do que reclamar de 2022. Foi um ano extremamente desafiador profissionalmente falando, mas estou ansioso para o que me aguarda em 2023. Espero continuar fazendo o que eu gosto, curtindo as coisas que me fazem bem e retomando alguns dos antigos projetos que, outrora, eram tão importantes pra mim.

Meu pedido pra esse ano é: Paciência e sabedoria. A palavra que define é: Construção.

2021

O ano seguinte da pandemia foi um pouco diferente. Aos poucos fomos relaxando nos cuidados, os restaurantes passaram a operar com maior capacidade de público e até algumas festas foram permitidas.

Para mim, e talvez para milhares de pessoas, o ano começou com um mar de incertezas. Como seria nossas vidas depois do choque de 2020? Ao passar dos meses nos deparamos com pequenas doses de esperança de que tudo ia melhorar.

Com a população vacinada, tudo volta ao normal!

Seu tio

Não voltamos. Com mais de 60% da população vacinada, as coisas ainda não voltaram ao “normal”. Aliás, acho que não veremos mais o mundo que conhecíamos antes da pandemia. Acredito que medidas sanitárias em relação a infecções por estes tipos de vírus serão cada vez mais extensas e invasivas (e com razão) para prevenir situações como a de 2020. Seguimos

Do meu lado, pouca coisa mudou. Dediquei-me ao trabalho com o pouco de força que me restou em um ano em que o burnout foi meu melhor amigo. E eu não estou brincando, foram incontáveis as vezes em que eu precisei desligar tudo e simplesmente ir dormir pois não tinha mais energia, física ou mental, para continuar acordado. Isso as 16 ou 15h.

Talvez o acúmulo de projetos congelados em 2020 tenha sido responsável pelo aumento do meu workload em 2021. Quem sabe? Fato é que foi um ano bastante desafiador no âmbito profissional. Olhando para trás, hoje, sinto que me saí bem.

Nos estudos continuamos no modo “devagar e sempre”, até porque o trabalho tem consumido quase toda a minha energia. O que eu prometi mudar em 2022. O objetivo é encontrar um work-life balance que não afete nenhum dos campos da minha vida. É uma tarefa difícil, eu sei, mas se conseguir metade do objetivo, já é lucro.

No esporte, relaxei como nunca. Talvez tenha sido o ano em que eu menos treinei na vida, ganhei um peso extra e não me importei com isso. Porém, ainda tenho um campeonato pela frente (que seria em 2020 mas foi adiado) e preciso entrar nos eixos para, pelo menos, não ficar em último.

Na organização de eventos, arriscamos o Sinos Games em novembro. Foi um sucesso e serviu para me mostrar que, mesmo com todas as adversidades, ainda sabemos fazer algo bem feito. Dizem os profetas que em 2022 tem mais.

Gabriela continua me aturando depois de dois anos e assim seguimos.

Sou grato por 2021, mas estou ansioso por 2022.

2020

Nenhuma mente sã consegue iniciar esse texto sem um: Mas que ano foi esse?

Há quem diga que o ano de 2020 nos ensinou sobre empatia, coletividade, superação, resiliência, etc. Porém, muitas das pessoas que vi falarem isso nem viveram uma pandemia de fato. No máximo, tiveram que usar máscara enquanto embarcavam de férias para outro estado/cidade/país.
(mais…)

2019

Talvez esse tenha sido um dos anos mais difíceis da minha vida mas, ao mesmo tempo, um dos mais legais de viver.
No início do ano tomei uma decisão que me afastou de muita gente que, até então, eram amigos muito próximos. Decisão, essa, que me reaproximou de alguns amigos com quem eu já não tinha tanto contato.

E, com o passar dos dias, comecei a entender algumas coisas que até então eu não havia entendido.
Acredito que a gente não conhece ninguém por acaso, tudo tem um motivo. Você pode não acreditar, mas tudo se encaixa depois que você analisa todas as situações com calma.

Uma dessas pessoas com quem me reaproximei sempre diz o seguinte: O tempo é rei. O tempo cura tudo.
Demorou pra fazer sentido. Aliás, é difícil de explicar como eu achei sentido nessa frase. Mas na real, não é o tempo que cura tudo. O tempo ORQUESTRA tudo. Ele é necessário para que você entenda e consiga encaixar as peças, colocar as coisas no lugar, montar o enredo que talvez estivesse faltando para qualquer situação.

Nesse caso, eu havia me afastado de alguns amigos por uma briga entre outros amigos. Resolvi ficar no lugar onde estava, do lado de quem eu era mais próximo na época e, por “tomar as dores” destes outros, resolvi por cortar o contato direto com alguns. Erro meu.
E eu só consigo ver isso agora, depois de muito tempo.

Quando tomei a decisão dita anteriormente, abri mão de conviver com alguns, para me reaproximar de outros. E digo, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito para mim mesmo.

Como diz o meu amigo: O tempo é rei!
E com o tempo eu vi algumas coisas acontecerem, máscaras caindo, fiquei sabendo de coisas que me deixaram muito triste. Porém, em um ambiente “novo”, um pouco mais acolhedor do que eu era acostumado, percebi que essas coisas não faziam mais parte da minha vida. Essa percepção talvez tenha me feito evoluir no sentido de lidar com pessoas. Tópico, esse, o qual eu sempre tive dificuldade.
Sou do tipo que não meço esforços pra ajudar quem eu quero bem. E isso, ao mesmo tempo que é uma virtude, acaba sendo minha treva. É difícil encontrar pessoas que enxerguem sinceridade nestas ações, por isso muitas acabam se aproveitando disso. Aliás, a maioria se aproveita. Não julgo. Entendo que o mundo é assim e que muitas pessoas talvez não tenham tido a oportunidade de receber um amor fraterno sem requerer algo em troca. Continuamos na luta, empilhando tijolo por tijolo na esperança de construir uma sociedade um pouquinho mais empática.

Voltando aos trilhos: Nesse ano eu viajei bastante. Mais do que eu esperava, inclusive.

Voltei a Barra Velha e Curitiba, fui pra São Paulo algumas vezes (eu continuo amando essa cidade), Tubarão e Florianópolis e Sorocaba.
Conheci pessoas maravilhosas com quem trabalhei nos campeonatos de CrossFit por aí. Aliás, essa é outra parte que remete às pessoas com quem reatei contato.

Cheguei de mansinho num lugar onde já havia um campeonato “planejado”, mas a organização não havia feito nada em relação à arena ou arbitragem. Me confiaram a missão e eu fiz não um, mas dois campeonatos sensacionais. Sinos Games 1 e 2.
Agradeço de coração pela confiança depositada em mim e tenho certeza de que fiz o meu melhor. Tanto que a terceira edição já está marcada. 😊

Na parte profissional pouca coisa mudou. Talvez eu tenha evoluído um pouco no tópico em que eu trabalho, mas sinto que não investi toda a energia que eu podia para me desenvolver mais. Projeto pra 2020.

Sigo acreditando que a vida não é uma jornada e a gente precisa tocá-la como uma música e aproveitar enquanto ouvimos. Não há linha de chegada. (Inclusive vou escrever um texto sobre isso.)

Espero que 2020 seja tão foda quanto 2019 foi, porém com menos crises de ansiedade e um pouquinho mais de amor.

Feliz Ano Novo!

2017

Whoa! Que jornada que foi esse ano que passou. Não sei bem por onde começar, talvez esta seja a primeira vez que escrevo desde que a minha vida tomou um sacode violento, mas vamos lá.

O ano de 2017 me trouxe muitos novos amigos e me fez reatar contato com outros já distantes. Também me afastei de muitas pessoas que, até então, eram o mundo pra mim. Tive todos os meus planos praticamente despedaçados, tive que recomeçar do zero e realinhar, para mim mesmo, um norte a seguir.

“Peguei minha mochila e andei mil léguas…”

Viajei bastante. Conheci alguns lugares novos, vi pessoalmente algumas pessoas que eu só conhecia pela internet e comecei a entender muita coisa sobre a vida. Muita coisa mesmo.

Participei do Monstar Series no início do ano e foi demais. O clima com os amigos, as pessoas que eu gosto junto, etc. Não ganhei nada além de uma medalha de participação mas valeu pela experiência adquirida.

Mas, por um momento, tudo mudou e na busca incessante por me distanciar, estudei como nunca na vida e fui aprovado em três concursos públicos em outro estado. Dos três, apenas um ainda me interessa.

Finalmente tive coragem de pedir licenciamento da Força Aérea, foram longos sete anos e nove meses servindo à pátria e sou grato por cada dia gasto naquele lugar. Aprendi muito, operei muito e levarei as pessoas maravilhosas que conheci lá no coração para o resto da vida.

Apliquei para uma vaga de emprego em uma das empresas mais importantes de tecnologia do mundo e fui contratado.

Voltei a tocar meus instrumentos e, esporadicamente, faço um som no estúdio com amigos que outrora dividiram os palcos comigo.

Voltei a desenvolver.

Ganhei meu bi-campeonato de Levantamento de Peso Olímpico.

Comecei a meditar de verdade e não consigo explicar o quão bem isso faz pra mim. Eu até consigo respirar tranquilo novamente.

De tanto ouvir que eu deveria fazer o que eu achasse melhor, larguei a terapia. Me sinto melhor.

Todo aquele papo de ser uma pessoa do bem que eu preguei no início de 2017 não funcionou e eu continuo com raiva.

Das resoluções que eu tinha para o ano que passou, só consegui concretizar uma: Ser um pouquinho mais feliz a cada dia.

Para o ano que vem, mantenho a resolução anterior que deu certo e adiciono a única que eu tenho certeza de que irei cumprir: Ser mais dedicado. Em tudo. Com todos.

Que venha 2018, eu estou pronto.

(Imagem: Avenida Paulista, tirada por mim na minha última visita a SP em dezembro)