Categoria: A Vida é Foda

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Don’t trouble yourself with matters you truly cannot change.

Tanta coisa mudou desde a minha última visita que eu acho que não vou conseguir listar aqui. Esse será meu último ano na casa dos 20 e eu ainda não sei o que estou fazendo ao certo.

Vou deixar os detalhes para o post do final de ano.

O balanço tem sido positivo, mais uma vez.

Expectativas

Faz tempo que eu tento me desintoxicar de redes sociais e de toda a enorme quantidade de informações inúteis que a gente acaba absorvendo sem nem perceber. É bem difícil, levando em consideração que a nossa sociedade foi programada pra te jogar num abismo de tédio infinito onde, inevitavelmente, você vai precisar de entretenimento pra passar o tempo e esquecer de alguma frustração.

É comum, porém não normal. Anormal, por assim dizer.

Mas uma coisa que eu tenho notado é a reverberação de algumas dicas para uma vida mais feliz. Pessoas repetindo mantras para bons relacionamentos, onde você não pode errar e o que você deve realmente fazer em certas situações.

Minha avó sempre disse: Se conselho fosse bom, ninguém os dava de graça.

No entanto, nos tempos em que a nova geração toma como verdade tudo o que está na internet e nas redes, é comum vermos os jovens (como eu os odeio) utilizando tais ensinamentos para pautar suas atitudes em relação aos outros.

É lamentável ver uma pessoa replicando algo do tipo “Não crie expectativas, crie gatos”. Eu não tenho nada contra criar gatos, inclusive sempre foi o meu animal de estimação, mas qual o problema da expectativa?

Criar expectativas em relação a qualquer coisa faz parte da vida, do amadurecimento, da formação do caráter, de ser mais… humano.

Concomitante à isso, é ainda mais comum vermos essa frase associada a “ilusão”. “Estou sendo iludido”, berram pelas redes sociais em qualquer demonstração de interesse de outra pessoa.

O resultado de todas essas atitudes que te deixam com a guarda levantada o tempo inteiro é o que já conhecemos: Pessoas inseguras demais e completamente frustradas porque não conseguem fazer o mínimo do que se é viver.

“Mas é necessário priorizar a minha saúde mental”, diz o jovem. Não há como priorizar algo que você não tem.

A vida não é o toddynho gelado que você toma quando criança. A vida é bater o dedinho na quina do móvel todos os dias e sentir a mesma dor repetidamente com a mesma intensidade. Mas acostuma.

Não se pode deixar de viver por medo de errar, nem deixar de acreditar por medo de estar iludido. Dê uma chance, uma hora a gente acerta.

Crie expectativas, crie gatos e, se possível, crie uma história maravilhosa pra contar para suas pessoas mais queridas.

 

 

Exposição prolongada à insalubridade

É engraçado pensar em quantos fatores influenciam nossas decisões ou nossa forma de enxergar as coisas. Um ponto de vista pode sim mudar de ângulo, mas nunca de perspectiva. Talvez, mais pra frente, eu mude essa frase, mas por enquanto é o que faz sentido pra mim.

Você já parou por um momento e analisou quantos hábitos ruins você tem e que te levam, cada vez mais, à um relacionamento destrutivo consigo mesmo? Parece assunto de louco e tenho plena certeza de que é mas faz sentido quando você realiza que se mudar a forma como executa alguma atividade, talvez no futuro você tenha um resultado diferente.

Há quem diga que o hábito tenha poderes extraordiários e te faz chegar aos objetivos mais sólidos. Mas e se um hábito ruim está te levando sempre ao mesmo lugar? É essa a pergunta que eu tenho me feito diariamente para tentar mudar algumas coisas no meu cotidiano.

Eu sempre fui o mestre da procrastinação. E não é uma coisa muito seletiva, não é para pequenos assuntos: É pra tudo. Trabalho, estudos, treinos, planejamentos. Eu toco pra frente tudo o que eu posso até o deadline me enforcar. Nunca deixei de cumprir com a minha obrigaçao, mas sempre que finalizo algum projeto, acabo com os mesmos problemas: Estressado, ansioso e triste.

E, apesar de os fatores externos contribuírem para esses sintomas, a culpa é primariamente minha por ter deixado isso “pra depois” por tanto tempo.

Foi a base de energéticos e relaxantes musculares que uma chave virou na minha cabeça: Mas e se dessa vez eu priorizasse esse projeto aqui e desse a devida atenção no prazo ou com antecedência?

Da primeira vez não funcionou. Eu acabei procrastinando novamente. Tentei priorizar um trabalho da faculdade: Falhei mais uma vez. E assim, segui falhando por mais inúmeras vezes até criar o hábito de pelo menos tentar fazer as coisas diferentes do que eu já fazia há vinte e tantos anos.

Até agora funcionou uma única vez.

Sigo tentando mudar algumas coisas nas esperança de que esse seja o caminho. Se funcionar, eu volto e conto por aqui.

Insanity is doing the same thing, over and over again, expecting for different results.  – Unknown

 

Consistência

Há quem diga que a vida é a constante e os caminhos são as variáveis. Mas como descobrir as variáveis de uma conta que não fecha?

Nunca saberemos o resultado de uma equação se não tentarmos as variáveis possíveis. Falando assim, parece ser muito fácil escolher um caminho e trilhá-lo. Mas a vida, essa filha de rapariga, não é simples.

Todos os caminhos possuem percalços e, se você não tiver a consistência suficiente para enfrentá-los, irá diluir cada vez que tropeçar. E nós tropeçamos. Não uma, não duas, nem três.

Fugir do clichê é necessário, dizer que a vida é uma caixinha de surpresas chega a ser patético de tão óbvio. Não saber o dia de amanhã é um dos piores sentimentos que podemos ter e este vai nos matando por dentro. Lentamente.

Mas e se…

E se soubéssemos.

Se soubéssemos, na noite anterior, que no final da tarde bateríamos o carro? Provavelmente iríamos para o trabalho de metrô naquele dia. Mas você já pensou que bater o carro pode ser apenas um gatilho para desencadear outras mil ações?

É aí que eu quero chegar. Eu aprendi que a vida não se trata de ter certeza das coisas. É preciso administrar o constante medo do amanhã. É ter convicção de que nada pode dar errado e, se der, eu tenho que continuar perseguindo o meu objetivo.

Nós passamos muito tempo pensando em como seriam as coisas se fossem feitas de tal forma. Planejamento é necessário, eu sei, mas as coisas precisam sair do papel. É necessário que haja mais ação.

Certa vez um professor, em sua primeira aula, perguntou:

– Onde vocês se imaginam em cinco anos?

Ninguém da turma soube responder. Por quê? Porque todos tinham medo do amanhã.

É esse medo que deve ser controlado.

Mas como? Permitindo-se errar.

Como eu escrevi no início do texto, nunca saberemos o resultado dessa conta se não tentarmos as variáveis possíveis. Se não for uma, será a outra. Se não for por este caminho, eu vou por outro.

A vida admite esse erro, desde que você tenha um objetivo. Se em cinco anos a sua meta é ser tal coisa, trabalhe para que este objetivo seja atingido. Aos trancos e barrancos, já diria a minha avó, nós chegamos lá. Não importa se o caminho foi o certo da primeira ou da segunda vez.

Mas fique atento, pois se não se der conta disso logo, pode acabar com um sentimento muito pior do que a incerteza…

O arrependimento.

 

 

Porque é importante prestar atenção nos detalhes

Se você é daquelas pessoas que olham para as coisas de maneira superficial, saiba que isso pode prejudicar a sua vida. Sim, há muitos motivos pra se prestar atenção em tudo, até porque a beleza das coisas encontra-se nos detalhes. E os detalhes fazem toda a diferença.

Conheça Chelsea, uma mulher como qualquer outra, que decidiu mandar alguns snaps sensuais para o seu marido enquanto ela viajava “a trabalho”. O maridão animou-se, óbvio, mas o sentimento logo foi silenciado por uma picada de pulga atrás da orelha.
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