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Exposição prolongada à insalubridade

É engraçado pensar em quantos fatores influenciam nossas decisões ou nossa forma de enxergar as coisas. Um ponto de vista pode sim mudar de ângulo, mas nunca de perspectiva. Talvez, mais pra frente, eu mude essa frase, mas por enquanto é o que faz sentido pra mim.

Você já parou por um momento e analisou quantos hábitos ruins você tem e que te levam, cada vez mais, à um relacionamento destrutivo consigo mesmo? Parece assunto de louco e tenho plena certeza de que é mas faz sentido quando você realiza que se mudar a forma como executa alguma atividade, talvez no futuro você tenha um resultado diferente.

Há quem diga que o hábito tenha poderes extraordiários e te faz chegar aos objetivos mais sólidos. Mas e se um hábito ruim está te levando sempre ao mesmo lugar? É essa a pergunta que eu tenho me feito diariamente para tentar mudar algumas coisas no meu cotidiano.

Eu sempre fui o mestre da procrastinação. E não é uma coisa muito seletiva, não é para pequenos assuntos: É pra tudo. Trabalho, estudos, treinos, planejamentos. Eu toco pra frente tudo o que eu posso até o deadline me enforcar. Nunca deixei de cumprir com a minha obrigaçao, mas sempre que finalizo algum projeto, acabo com os mesmos problemas: Estressado, ansioso e triste.

E, apesar de os fatores externos contribuírem para esses sintomas, a culpa é primariamente minha por ter deixado isso “pra depois” por tanto tempo.

Foi a base de energéticos e relaxantes musculares que uma chave virou na minha cabeça: Mas e se dessa vez eu priorizasse esse projeto aqui e desse a devida atenção no prazo ou com antecedência?

Da primeira vez não funcionou. Eu acabei procrastinando novamente. Tentei priorizar um trabalho da faculdade: Falhei mais uma vez. E assim, segui falhando por mais inúmeras vezes até criar o hábito de pelo menos tentar fazer as coisas diferentes do que eu já fazia há vinte e tantos anos.

Até agora funcionou uma única vez.

Sigo tentando mudar algumas coisas nas esperança de que esse seja o caminho. Se funcionar, eu volto e conto por aqui.

Insanity is doing the same thing, over and over again, expecting for different results.  – Unknown

 

Odiar não é o caminho

“When I was a kid I was full of hate”

Uma das pautas mais fáceis de desenvolver é quando você pode falar de algo que tem experiência. Contar sua história é uma maneira inteligente de aprimorar a escrita e, talvez, auxiliar alguém que possa estar perdido em uma decisão.

É sério. Ou por quê você acha que os mais velhos sempre dizem que você deve respeitá-los? Está na cara. É a experiência.

Por mais quadrada e antiga que uma pessoa seja, ela tem uma história. Assim como eu, você e todas as outras pessoas no mundo. Se você olhar para trás, vai perceber que já percorremos um longo caminho até aqui. Agora imagine alguém com o dobro da sua idade?Imagine sua avó, seu avô, seu pai, sua mãe…

A vida, por mais sinuosa que seja, acaba nos levando para caminhos parecidos. Problemas de cinquenta anos atrás ainda são os mesmos. Por isso, quando alguém lhe disser que já passou por isso e você deve agir de tal forma para superar, acredite. Mesmo que você não entenda na hora, com o tempo tudo fará sentido.

Quando eu era pequeno, com seis ou sete anos de idade, eu era cheio de ódio. Tudo me irritava muito. Se algo não se tratava de mim, não me interessava. E eu fui assim por muito tempo, porém a convivência foi me ensinando a viver pacificamente com as pessoas ao redor.

Até os dezessete anos eu ainda tinha aquele ódio mortal de algumas coisas, pessoas, lugares e situações. Eu julgava. E julgava muito. Eu sentia nojo das pessoas simplesmente por olharem para mim. Eu não suportava o jeito que elas conversavam ou caminhavam. Talvez isso tenha se intensificado na adolescência, época sombria de rebeldia que eu atravessei a contragosto.

Mas o tempo me bateu com força. Ele não me ensinou pacificamente, pelo contrário, me espancou até que eu aprendesse a dar valor a algumas coisas.

Uma dessas coisas não era bem uma coisa, mas sim uma pessoa. Uma pessoa que, assim como eu, aprendeu com os erros da vida. Das histórias que ouço sobre ela, de 75 a 80% são atos reprováveis.

Mas, ao final, essa pessoa já não era a mesma. Se arrependeu de tudo de ruim que outrora fizera para outras pessoas, vivia em paz e na solidão.

Eu nunca a odiei, mas não me importava com o que ela falava. Eu não gostava de visitá-la porque sua casa tinha cheiro de cachorro. E, realmente, haviam três cães bem velhinhos dividindo a calmaria de uma casa solitária com a figura.

Sabe, a vida só nos mostra as coisas boas que uma pessoa faz quando ela já não está mais aqui para fazer. Os bons momentos só são lembrados quando sabemos que eles não vão mais existir.

E como eu havia dito antes, o tempo me bateu. E essas feridas aumentam com o passar dos anos, pois eu sei que nunca mais terei a chance que tive de amar o meu avô, que tanto me amou mesmo sendo uma pessoa horrível. Quase nove anos que eu não tenho mais os conselhos do cara mais experiente da vida que eu já conheci. E, puta-que-o-pariu, como eu amava conversar com ele.

A mensagem do dia é essa, meus amigos. O ódio nos causa uma cegueira intensa que não nos permite reconhecer as coisas boas enquanto é tempo. Aproveite os dias e ame.

 

Uma carta ao meu eu de 18 anos

Fazer dezoito anos é um momento mágico na vida de qualquer um. Não adianta negar, você espera por esse dia desde o dia em que entende as consequências positivas que essa idade pode te trazer. É um momento de transição onde você se imagina na faculdade, indo à festas com seus amigos, dirigindo o carro dos seus pais ou, quem sabe, com o seu próprio carro graças ao trabalho que você provavelmente terá. Você idealiza namoros com pessoas que nem existem e sequer irá conhecer algum dia, mas isso não importa. Não minta, você fez isso. (mais…)